quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Rei Davi e Jônatas tiveram um relacionamento homossexual?

O Rei Davi e Jônatas tiveram um relacionamento homossexual?

Sempre houve um debate muito grande entre cristãos e homossexuais a respeito do que a Bíblia fala sobre homossexualidade. Aqueles textos bíblicos que falam sobre o assunto, condenando a prática, sempre foram rechaçados pelos homossexuais como sendo textos que não representam o pensamento de Deus sobre o assunto. Porém, nos últimos tempos temos visto muitos homossexuais procurando na Bíblia textos que possam apoiar suas práticas. Um dos textos que têm sido usados é o que fala a respeito de Jônatas, filho do rei Saul, e o rei Davi. Os dois textos mais contundentes usados para afirmar que Jônatas e Davi tinham um relacionamento homossexual são os dois abaixo:



“Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. Saul, naquele dia, o tomou e não lhe permitiu que tornasse para casa de seu pai. Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma.” (1 Samuel 18.1-3)
“Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; tu eras amabilíssimo para comigo! Excepcional era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres.” (2 Samuel 1.26)
A pergunta é: Esses textos realmente demonstram que Jônatas e Davi tiveram um relacionamento homossexual e aprovam essa prática?
(1) Sendo o pecado da homossexualidade claramente condenado pela Lei (Lv 20.13; 18.22), caso Davi e Jônatas realmente tivessem tido uma relação homossexual, teriam seu pecado condenado, conforme estipulava a Lei, ainda mais considerando a natureza publica desse – considerado – “amor homossexual” retratado nos textos bíblicos acima. Vemos claramente essa realidade quando Davi foi punido por ter cometido adultério – que também era proibido pela Lei – e tentou manter isso oculto, mas foi desmascarado pelo profeta Natã (2 Sm 12.1-12) e recebeu a punição de Deus pelo seu erro. Assim fica claro que os textos não apontam para uma relação homossexual “apoiada” por Deus.
(2) Em 1 Samuel 18.1 vemos uma expressão usada pelos homossexuais pra dizer que o rei Davi e Jônatas tinha uma “amizade colorida”. O texto diz que “a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma…”.  Segundo eles essa expressão é clara e mostra algo “diferente” entre os dois. Mas será que essa expressão é um indicativo de que ali havia uma relação “homem com homem”? É evidente que não! Em primeiro lugar a palavra “ligou” usada nesse texto, no hebraico, é a mesma palavra usada em Gn 44.30 para expressar o relacionamento de amor (ligação) de Jacó para com seu filho Benjamim, ou seja, não era uma palavra comumente usada para indicar relacionamentos eróticos ou de homossexualidade. Foi usada na Bíblia para indicar uma ligação especial fraterna. Em segundo lugar, uma observação básica do contexto nos mostra que se trata de uma amizade verdadeira e forte. A leitura de todo o contexto da história desses dois homens de Deus mostra que Jônatas entendia claramente que seu pai Saul perderia o trono e que Davi era o escolhido do Senhor para reinar. Nesse sentido Jônatas mostra compromisso de amizade e lealdade ao futuro rei, mesmo ainda ele não sendo o rei empossado. (1 Sm 23. 15-18; 1 Sm 18.4-5; 1 Sm 20. 12-29;).
(3) A amizade entre Jônatas e o rei Davi não está contrária as indicações bíblicas sobre o exercício de amor ao próximo por ser relatada como intensa, pelo contrário, está dentro do padrão exigido pela Lei: “…mas amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Levítico 19.18). Esse é o padrão máximo do exercício do amor fraternal: Amar como se ama a si mesmo. Infelizmente em nosso tempo cheio de malícia e maldade, quando um homem exerce o amor para com seu próximo da forma que a Bíblia orienta, é taxado por muitos como sendo um homossexual “no armário”. Davi e Jônatas se amaram conforme a Lei e não em descumprimento da Lei tendo uma relação homossexual.
(4) Um outro argumento muito forte dos homossexuais está ligado ao texto onde Davi diz: “Excepcional era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres.” (2 Samuel 1.26). Essa expressão “ultrapassando o amor de mulheres”, segundo os homossexuais, seria um indício de que havia ali uma relação homossexual. A minha pergunta é: Desde quando a relação homossexual ultrapassa o amor de mulheres? Onde está esse parâmetro? Quem o determinou? Fica claro que taxar essa declaração de Davi como sendo um indicio de homossexualidade é um grave erro de interpretação! Uma breve olhada no contexto mostra que Davi presta uma homenagem póstuma a Jônatas, que acabara de morrer. Davi destaca a  lealdade e compromisso de Jônatas para com Ele. Tal compromisso de Jônatas, para Davi, não era comparável nem ao amor de um relacionamento amoroso entre homem e mulher. É evidente que Davi não teve a intenção de colocar o amor de amigos como sendo superior ao amor conjugal hetero, mas o de destacar a impressionante abnegação de Jônatas para com ele, o que fez com que a amizade deles fosse especial, forte e única.
(5) O livro de provérbios destaca que existem amizades tão fortes que podem até superar o amor de irmãos: “O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais chegado do que um irmão.” (Provérbios 18.24). Era esse tipo de amor especial, forte, leal, compromissado que havia entre Jônatas e o Rei Davi, conforme os relatos bíblicos!
(6) Dessa forma concluímos que, qualquer tentativa de dizer que o rei Davi e Jônatas tinham uma relação homossexual, está contrária ao que os textos expressam, sendo uma tentativa de “forçar” o texto para que ele se enquadre em desejos e pensamentos humanos, o que é reprovável. - Por André Sanchez 

sábado, 13 de julho de 2013

O Batismo do Etíope Eunuco e de Jesus.

No estudo do modo do batismo, desejamos olhar para 
o batismo do eunuco etíope (Atos 8) e de Jesus (Mt. 3; Marcos 1). Esses são 
geralmente tomados como sendo os exemplos mais claros na Escritura de 
batismo por imersão. 
O batismo do eunuco. É geralmente assumido que as palavras “desceram 
ambos à água” e “saíram da água” em Atos 8:38, 39 descrevem o batismo do 
eunuco e o fato que ele deve ter sido imerso. Existem dois problemas com 
esta visão. 
Um problema são as preposições usadas – “à” (eis, no grego) e “da” (ek) 
não implicam imersão de forma alguma. A palavra à no Novo Testamento é 
traduzida de muitas formas diferentes, incluindo:“at” [em, no, por] (20 
vezes), “in” [dentro, em, no] (131), “into” [em, entre] (571), “to” [para] (282), 
“toward” [em direção a, para] (32), e “unto” [até, para] (208). Isso pode ser 
verificado com uma boa concordância. A palavra da é traduzida variadamente: 
“from” [de, por] (182 vezes), “up from” [de dentro de] (2), e “out of” [da, fora 
de] (131). Substituir essas traduções diferentes nos dois versículos mostrará 
imediatamente que diferença isso faz. O ponto é que essas duas palavras não 
estão descrevendo o batismo de forma alguma, mas o que aconteceu 
imediatamente antes e após o batismo. 
As duas preposições usadas em Atos 8 obviamente não podem estar 
descrevendo o batismo, visto que são aplicadas tanto ao eunuco como a 
Filipe. Se elas estão descrevendo um batismo por imersão, então Filipe 
também batizou a si mesmo por imersão. Ele também “desceu” e “saiu” da 
água. Ou as palavras descrevem o batismo por imersão de ambos – Filipe 
batizando a si mesmo, bem como ao eunuco – ou não descrevem nenhum 
batismo de forma alguma. 
Finalmente, e mais importante, o batismo de Jesus, quando observado à 
luz da Escritura, não pode ter sido por imersão. Olhemos para alguns fatos 
sobre o batismo de Jesus dados em Mateus 3 e Marcos 1. 
Em Marcos 1 as mesmas palavras gregas de Atos 8 são usadas. Em 
Mateus 3:16 uma preposição diferente é usada, a palavra grega apo. Essa palavra é traduzida como “from” [de, por] 372 vezes e como “out of” [da, fora de] somente 27 vezes. 
Há uma consideração adicional na história do batismo de Jesus. Não 
pode ser ignorado que ele foi batizado aos 30 anos de idade (Lucas 3:23), por 
um sacerdote (João o Batista era um sacerdote como seu pai Zacarias, Lucas 
1:5, 13), e com água. No momento do seu batismo, Jesus disse de todas essas 
coisas: “Assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mt. 3:15). 
Que Jesus cumpriu “toda a justiça” com seu batismo pode se referir 
apenas ao fato que ele cumpriu as justas demandas da lei. Qual lei? A lei para a 
consagração de um sacerdote. Um sacerdote deveria ser consagrado por outro 
sacerdote (Ex. 29:9; Nm. 25:13),3 e consagrado por aspersão com água (Nm. 
8:6, 7). Ao cumprir a lei, portanto, Cristo não poderia ter sido batizado de 
outra forma senão por aspersão, ou estaria quebrando a lei, e não cumprindo a 
mesma. O batismo de Cristo não é prova, portanto, que a imersão é o modo 
apropriado de batismo, mas exatamente o oposto. Imploramos que aqueles 
que crêem de outra forma considerem isso cuidadosamente. - Rev. R. H. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Alguém pode ter o nome riscado do livro da vida, depois de salvo?

Segundo a Bíblia, no Juízo Final, os mortos serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas obras (Ap 20.12). E aquele cujo nome não constar do livro da vida será lançado no Lago de Fogo (Ap 20.15). Isso significa que o Senhor tem o registro de tudo o que fazemos (Sl 139.16; Ml 3.16; Sl 56.8; Mc 4.22).

Quanto aos livros abertos no último grande julgamento, o pastor Antonio Gilberto afirmou, em sua primorosa obra O Calendário da Profecia, editada pela CPAD:
Alguns desses livros devem ser:
O livro da consciência (Rm 2.15; 9.1).
O livro da natureza (Jó 12.7-9; Sl 19.1-4; Rm 1.20).
O livro da Lei (Rm 2.12). Ora, a Lei revela o pecado (Rm 3.20).
O livro do Evangelho (Jo 12.48; Rm 2.16).

O livro da nossa memória (Lc 16.25: “Filho, lembra-te...”; Mc 9.44 — aí deve ser uma alusão ao remorso constante no Inferno). (Ver o contexto: vv.44-48 e Jeremias 17.1.)
O livro dos atos dos homens (Ml 3.16; Mc 12.36; Lc 12.7; Ap 20.12).
O livro da vida (Sl 69.28; Dn 12.1; Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 20.12).
A presença do livro da vida nessa ocasião é certamente para provar aos céticos que estão sendo julgados que seus nomes não se encontram nele. (Ler o incidente de Mateus 7.22,23.)

Quando um nome é inserido no livro da vida?

O que é o livro da vida? É o registro de todos os salvos, de todas as épocas (Dn 12.1; Ap 13.8; 21.27). Alguns teólogos têm afirmado que Deus inseriu nesse livro apenas os nomes de supostos eleitos antes da fundação do mundo e contestam a oração que alguns pregadores fazem pelos pecadores arrependidos: “Pai, em nome de Jesus, escreva os seus nomes no livro da vida”. É importante observar que, em Apocalipse 17.8, está escrito que os nomes estão relacionados no livro da vida desde a, e não antes da fundação do mundo.

Há uma enorme diferença entre antes da e desde a. No grego, o termo aposignifica “a partir de”. Segue-se que a expressão “desde a fundação do mundo” denota que os nomes dos salvos vêm sendo inseridos no livro da vida desde que o homem foi colocado na Terra fundada, criada por Deus (Gn 1), e não que haja uma lista previamente pronta antes que o mundo viesse a existir. A expressão em apreço foi empregada também em Apocalipse 13.8 para denotar que todos os cordeiros mortos desde o princípio apontavam para o sacrifício expiatório do Cordeiro de Deus (Is 53; Jo 1.29). Isto é, os sacrifícios de animais realizados antes de Cristo tipificam a sua definitiva obra redentora.

Uma pessoa só pode ter o registro do nome em cartório depois de seu nascimento; ninguém é registrado antes disso. Da mesma forma, o nome de uma pessoa salva só passa a constar do livro da vida após o seu novo nascimento. Afinal, “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). Não existe listagem prévia dos eleitos, como pensam certos teólogos. Na medida em que os indivíduos crêem em Cristo e o confessam como Senhor (Rm 10.9,10), eles são inscritos no rol de membros da Igreja dos primogênitos, a Universal Assembléia (At 2.47, ARA; Hb 12.23).

É possível ter o nome riscado do livro da vida?

De acordo com a Palavra de Deus, existe a possibilidade de pessoas salvas, que não perseverarem até ao fim, terem os seus nomes riscados do livro da vida do Cordeiro (Ap 3.5). Em Êxodo 32.32,33 vemos essa verdade na intercessão de Moisés pelo povo: “Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. Então, disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro”.

Serão riscados os que permanecerem desviados do Senhor e em pecado (cf. Ap 3.3-5; 21.27). Em Lucas 10.20, Jesus disse aos discípulos da missão dos setenta, provavelmente distintos dos doze (“outros setenta”, v.1): “alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus”. Judas, porém, um dos discípulos do Senhor, desviou-se do Caminho. Por isso, o apóstolo Pedro afirmou: “[Judas] foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério... se desviou, para ir para o seu próprio lugar” (At 1.17,25).

Alguns, ainda, afirmam que Deus relacionou toda a humanidade no livro da vida e só risca quem não recebe a Cristo como Salvador. Não obstante, a promessa “de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida” (Ap 3.5) é dirigida aos salvos que vencerem, e não aos pecadores que se converterem. Estes, conquanto tenham os seus nomes arrolados no Céu ao receberem a Cristo, precisam perseverar até ao fim (Mt 24.13).

Em Filipenses 4.3, o apóstolo Paulo mencionou cooperadores “cujos nomes estão no livro da vida”, porém antes ele asseverara: “estai sempre firmes no Senhor, amados” (v.1). Não foi por acaso que os pastores das sete igrejas da Ásia ouviram do Senhor a mensagem: “Quem vencer” (Ap 2 e 3). A manutenção do nome de alguém no livro da vida está condicionada à sua vitória até ao fim (Ap 3.5). Somos filhos de Deus hoje (Jo 1.11,12), mas devemos atentar para o que diz Apocalipse 21.7: “Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho”. - Via C.S.Z.